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Mapeando - Tema 3: O MAPA, UMA LINGUAGEM MUITO PRÓPRIA

Mas o que é um mapa afinal? Parece óbvio mas é muito importante que tenham sempre em mente esta pequena definição, pois ajuda muito a adaptarem-se e a interpretar o mapa que têm à frente: um mapa é uma representação SIMPLIFICADA de uma área da superfície terrestre, vista de cima para baixo, e de tamanho muito reduzido.

Vamos por partes, pois eu acho que isto é importante ser referido. Primeiro, um mapa é uma representação, ou seja, não é a verdade absoluta. É a interpretação do cartógrafo, a sua forma de desenhar e utilizar as cores e símbolos, o seu conceito do que é mais relevante informar o atleta que lá vai passar em prova. É como uma linguagem, e muito própria. Tal como utilizamos palavras e letras para falar português, no mapa utilizamos símbolos, cores e linhas. Tal como o Fernando Pessoa as utiliza de certa maneira e o Camões de outra, também os cartógrafos têm a sua própria forma de interpretar e transmitir o que vêem. E bem como é complicado ler um poema de um destes escritores, por vezes também não é fácil "encaixar" a interpretação do cartógrafo no terreno que vemos, mas é da nossa responsabilidade adaptarmo-nos a ela.

Como devem compreender, seria impossível desenhar no mapa todos os pormenores existentes no terreno, ficando esta selecção a critério do cartógrafo. O mapa é então uma visão simplificada, assim como reduzida, da realidade.

Esta representação, e a sua interpretação, são feitas imaginando-nos num ponto superior em relação ao terreno, olhando-o de cima para baixo. Isto coloca vários obstáculos, como por exemplo a representação do relevo... se estivéssemos a olhar de cima para baixo não teríamos a percepção das diferenças de altitude, e aqui entre nós, chegam a ser muito minuciosas (oficialmente, até 2,5 metros em curvas de nível, ou até bem menos em pequenas falésias ou fossos).

Felizmente antepassados nossos foram aperfeiçoando estas técnicas até aos dias de hoje, mas isso é uma história quase tão longa como a da nossa civilização, e tal como prometi manter estes textos curtos, um dia tento também resumir essa evolução. Mas primeiro as coisas que realmente vos interessam! Por isso, vão pensando nisto e para a semana há mais!

Fiquem bem,
Alexandre Alvarez