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Olá pessoal!

Então hoje vamos continuar a falar de curvas de nível, como já deviam esperar, introduzindo mais algumas noções!

Mapeando - Tema 8: O MAPA, AS CURVAS DE NÍVEL II

Como já devem ter tido oportunidade de constatar na prática, não é tudo tão linear, tão simples e regular como o modelo que vos apresentei na semana passada. As encostas estão cheias de irregularidades, às quais vamos dar nomes mais a frente, têm escarpados e falésias, fossos, regos, cotas, terraços, linhas de água... todos estes fazem parte da legenda com os símbolos que vos mandei há umas semanas.

Podem existir, e normalmente é o que acontece, vários picos (curvas de nível circulares fechadas) na mesma zona alta. É para eles que devemos olhar para tentar visualizar a forma do terreno em que nos encontramos. A partir destes podemos deduzir para que lado desce ou sobe. Isto é fundamental quando planeamos a nossa opção, ou para saber se temos de subir ou descer, quanto e quantas vezes, para chegar ao ponto.

Outro conceito importante é o de reentrância e esporão. Sabem que até nos mais experientes é grande a quantidade de vezes que duvidamos ou mesmo erramos por não identificarmos exactamente estes elementos. Portanto, leiam com atenção e vejam a imagem auxiliar deste tema.

Na parte de baixo da imagem seguinte encontram exemplos de 2 montes:
Imagem para Curvas de Nível II
O de cima, que tem 2 picos na zona mais alta, tem, apontada com uma seta como que uma entrada, como se estivesse a “encolher a barriga”. Aqui as curvas de nível curvam para dentro e a isto chama-se uma reentrância.

O monte por baixo tem um só pico e, também apontado por uma seta, uma grande barriga, representada por curvas de nível que curvam para fora. Isto é um esporão.

Na metade superior da imagem têm uma representação de um terreno em curvas de nível e o seu correspondente num modelo que representa o terreno em 3 dimensões. As letras são pontos de referência que ajudam a visualizar e a fazer corresponder um ao outro.

Reparem que para além dos esporões e reentrâncias existem duas coisas novas. Uma, em que duas curvas de nível diferentes convergem numa falésia e voltam a separar-se do outro lado desta. Quer dizer que esta tem pelo menos 5m de altura...

Outra, é a depressão. Já sabem que quando as curvas de nível se fecham, isto representa um pico. MAS se tiverem uns tracinhos perpendiculares à linha, isso representa o sentido em que desce. Utilizam-se estes tracinhos para representar depressões e também em algumas encostas para indicar para que lado desce, e sempre colocados nas reentrâncias.

Antes de terminar por hoje, vou dizer-vos o que representam as curvas de nível mais grossas e as tracejadas.

As mais grossas chamam-se curvas de nível mestras, e são colocadas de 5 em 5 curvas de nível normais. Ao contrário do que possam pensar, NÃO querem dizer que sobe ou desce mais que as outras. Representam exactamente a mesma coisa. A razão pela qual lá estão é para facilitar uma noção geral da disposição daquele terreno. Há terrenos onde é bastante complicado, ainda para mais em corrida, compreender o relevo, por isso elas estão lá para facilitar a leitura.

As tracejadas chamam-se curvas de nível intermédias, e como o nome indica, podem ser encontradas entre duas curvas de nível normais (ficando 2,5m de equidistância no caso do mapa ser de 5m). Utilizam-se quando existe algum pormenor do terreno que vale a pena ser representado, mas que por acaso, à altitude a que se encontra, não existe nenhuma curva de nível normal para lhe dar forma. Outro exemplo seria para representar uma subida mais abrupta do terreno, mas que não fosse tão alta como 5m para ter outra curva normal.

Hoje foi longo e bem recheado... este é um tema que só se compreende bem na prática, e com a experiência, mas se souberem estes conceitos ajuda muito. Se ainda tiverem paciência façam 2 exercícios que mando na imagem seguinte, que ajudam a calcar o que acabei de falar.
Imagem para Curvas de Nível II (perguntas)

[ Depois de fazerem os exercícios podem consultar as respostas aqui (abre numa nova janela) ]

Já sabem, alguma dúvida ou sugestão, estão à vontade. Não existe é livro de reclamações...

Fiquem bem,
Alexandre Alvarez